Gilmar Hernandes contato:gilmar@ghmproducoes.com
O humorista Geraldo Sebastião Magela Dias, 51 anos, nascido em Belo Horizonte (MG), mais conhecido pelo bordão “ceguinho é a mãe”, por ser deficiente visual (retinose pigmentar), disse em entrevista exclusiva ao site GHM Produções o que falta para melhorar a programação da televisão brasileira é acabar com a medição da audiência minuto a minuto, pois considera isso o maior responsável pela queda de qualidade de muitos programas.Mesmo enxergando pouco quando criança, ele conta que sempre foi bem humorado, mas que jamais imaginava tornar-se um humorista. “O meu sonho era só ser locutor. E as pessoas questionavam: Como é que você quer trabalhar em rádio se você não enxerga, ai eu falava: Uai, mais eu falo é com a boca! Mais as coisas foram acontecendo, tive um convite pra trabalhar no teatro. Por completa falta de informação, as pessoas tratam o cego de uma forma muito engraçada. Juntei o que acontecia comigo e com todos meus amigos da cegolândia, foi quando surgiu o show ceguinho é a mãe” explica.
Magela avaliou os atuais programas humorísticos da televisão, ressaltando que a ‘Escolinha muito louca da Band’ deveria ser somente uma vez por semana para não saturar. Já a Zorra Total da Globo avalia que os quadros são muito longos e que se voltassem com os quadros antigos faria mais sucesso. “Mas está faltando mais um humorista, eu! (Risos!)”.Com relação ao Pânico da Rede TV ressalta que é suspeito para falar, pois são amigos dele, mas destaca que ele também exageram as vezes. Ele considera o CQC da Band, uma grata surpresa e sem perder o bom humor destaca que nunca VIU a Louca Família exibida na Record. Dentre os programas que gosta estão programa do Jô, da Hebe, do Programa do Ratinho e que considera excelente o programa do Luciano Huck.
GHM Produções – Como fez para lidar com o preconceito, mostrar que a falta da visão é um mero detalhe e que você ‘enxerga’ longe? Tive uma infância muito ativa, mesmo sendo quase cego. Em função disso, eu vivia caindo em buraco, trombando em poste e afins. Mas eu queria ser igual a todos. Eu sempre enxerguei muito pouco, quase nada. A perda foi muito lenta. A visão foi diminuindo, quando eu fui ver eu já não estava vendo! Eu sempre fui bem humorado. Brincava com tudo, era um tremendo gozador! Claro que de vez em quando ficava chateado, afinal o preconceito era muito. Eu usava um óculos fundo de garrafa, tinha 9 graus! Ele ficava enterrado no meu nariz. Os meus colegas me chamavam de: 4 olho, cobra cega, ceguinho! (É A MÃE)Eu nunca imaginava me tornar um humorista, o meu sonho era só ser locutor. E as pessoas questionavam: Como é que você quer trabalhar em rádio se você não enxerga Eu falava: Uai, mais eu falo é com a boca! Mais as coisas foram acontecendo, tive um convite pra trabalhar no teatro. Foi quando surgiu o rádio atividade, um programa de rádio no palco. Uma sátira bem humorada aos programas de rádio. Na época, eu já tinha vivenciado muitas situações. Por completa falta de informação, as pessoas tratam o cego de uma forma muito engraçada. Juntei o que acontecia comigo e com todos meus amigos da cegolândia, foi quando surgiu o show ceguinho é a mãe.
GHM Produções – Você participou da Escolinha do Barulho da Rede Record, fez participação no Zorra Total, entre outros trabalhos e também faz show pelo Brasil. Quais os projetos para o próximo semestre? Tem apresentação em Campo Grande/MS? Meus projetos para o segundo semestre, é vê se consigo continuar escrevendo meu livro Um cego de olho no futuro. Voltar ao rádio com o Bailão do ceguinho, apresentar um programa local aqui em Bh[Belo Horizonte], ou em outra capital, um projeto de Stand-up aqui em Bh com artistas mineiros, o projeto humor na praça: Fazer minha apresentação nas praças principais das cidades etc. Ainda não tenho nem uma apresentação em sua cidade.
GHM Produções – Qual sua opinião a respeito dos programas de humor existentes na TV brasileira? Por quê? Escolinha muito louca [BAND] acho que seria melhor se fosse somente uma vez por semana, pois todo dia por mais legal que seja corre muito risco de saturar. Zorra [GLOBO], acho que os quadros são muito longos, tenho a certeza que se voltarem com os quadros antigos faria mais sucesso ainda. Mas está faltando mais um humorista, eu! (Risos!) Toma lá da cá [GLOBO], A Grande Família[GLOBO], também acho muito legais! Casseta e planeta [GLOBO], já gostei muito, hoje acho que caiu muito a qualidade, eles são muito bons, não precisam apelar com coisas muito picantes e escatológicas. A praça [SBT] tem quadros que acho bons, outros não, isso é perfeitamente normal em um programa de humor. O pânico [REDE TV]eu sou suspeito pra falar, são todos meus amigos, também exageram as vezes, mas no caso deles, o nome justifica esses exageros! CQC [BAND], uma grata surpresa! Estão fazendo um humor inteligente, espero que consigam manter essa qualidade. Louca família [RECORD], " nunca vi!"
GHM Produções – No meio artístico, você conta com a amizade de muitos outros comediantes? Quais? É muito complicado você falar que tem amizade em função de vários fatores, dentre eles a distância. Eu moro em Bh, e a maioria mora em São Paulo, Rio de Janeiro, etc. Mas tenho um ótimo relacionamento com a maioria deles. O Danilo do CQC é um cara muito legal, o Diogo Portugal, a turma do comédia em pé do Rio, Bruno Mota meu conterrâneo aqui de Bh. E aqui também em Bh tem muita gente boa que eu gosto e cheios de talento.
GHM Produções – Quais seus programas preferidos na televisão? Gosto do programa do Jô, da Hebe, gosto do Ratinho [Programa do Ratinho], acho o programa do Luciano Huck [Caldeirão do Huck]excelente.
GHM Produções – O que falta na televisão brasileira? Falta eles destruírem aquele ponteirinho que mede a audiência minuto a minuto. Esse ponteirinho é o maior responsável pela queda de qualidade de muitos programas.
GHM Produções – Você mantém contato com seus filhos? Mantenho sempre contatos com eles sempre, são muito inteligentes, meu orgulho.
Acesse também o site do humorista www.ceguinho.com.br
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